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ETE wetlands e o saneamento municipal sustentável: quais as rotinas de operação dos sistemas wetlands para tratamento de esgotos?

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    Equipe Wetlands
  • 16 de set.
  • 4 min de leitura

Saneamento municipal sustentável é aquele que se sustenta no tempo. E em pequenos munícipios a simplicidade e o baixo custo operacional são a base para a sustentabilidade. Nesse artigo vamos falar sobre as rotinas de operação nas ETE Wetlands para tratamento de efluentes municipais, comparando com outros arranjos, para demonstrar como a tecnologia se adequa perfeitamente ao contexto demográfico brasileiro.


Foto de sistema Wetlands que exemplifica o arranjo de uma ETE Wetlands para tratamento de efluentes muncipais.
Foto de sistema Wetlands que exemplifica o arranjo de uma ETE Wetlands para tratamento de efluentes muncipais.

Quando falamos em sustentabilidade, geralmente pensamos primeiro na questão ambiental. No caso dos wetlands construídos, esse aspecto é evidente: eles se integram à paisagem, contam com a presença marcante da vegetação e apresentam simplicidade construtiva, resultando em uma baixa pegada ambiental.

Mas sabemos que sustentabilidade vai além do aspecto ambiental. Para que o saneamento municipal em cidades de pequeno porte (menor que 20.000 habitantes) seja realmente sustentável, ele precisa também ser operacionalmente simples e financeiramente viável ao longo dos anos.

É exatamente nesse ponto que os wetlands se destacam como solução tecnológica que viabiliza técnica e financeiramente o tratamento de esgotos sanitários em municípios de pequeno porte e distritos.

 

Menos complexidade, mais economia: o diferencial dos wetlands


A operação de uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) demanda rotinas operacionais contínuas que se traduzem em custos de operação. Em muitos arranjos tecnológicos, essas rotinas são extenuantes e os custos elevados, o que torna a sustentabilidade da operação um grande desafio — em alguns casos, levando até mesmo à paralisação da ETE.


Os wetlands construídos, pela sua simplicidade operacional — especialmente no que se refere à gestão dos lodos — conseguem reduzir drasticamente essas despesas quando comparados a outras tecnologias.


Confira abaixo a comparação entre as rotinas de operação da ETE Wetlands e outros sistemas convencionais (como lodos ativados ou reatores UASB com pós-tratamento) considerando os cinco principais componentes do OPEX (custos de operação e manutenção): mão de obra, produtos químicos, energia, lodo e manutenção.

Componente do OPEX

ETE Wetlands

Outras tecnologias *

Mão de obra

Não exige operação especializada; operador pode visitar a ETE apenas 2x por semana.

Rotinas limitam-se à limpeza do tratamento preliminar (comum a todas as ETEs) e manobra de registros para controle da alimentação dos leitos.

Demandam operação contínua e, muitas vezes, especializada.

As rotinas incluem uma série de atividades, como dosagem de polímeros, descarte e recirculação de lodo, além de procedimentos intensivos de operação e manutenção dos sistemas de desaguamento de lodo (ex.: operação de centrífugas ou limpeza de leitos de secagem).

Produtos Químicos

Não utiliza polímeros. Apenas cloração para desinfecção (quando necessário), comum a qualquer sistema de tratamento com desinfecção.

Além da desinfecção, polímeros são essenciais em processos de desidratação mecânica (ex.: centrífugas).

Energia

Consumo nulo ou muito baixo, restrito a elevatórias e sopradores de baixa potência.

Consumo energético e custos podem ser elevados, associados a aeradores de alta potência, bombas de recirculação e sistemas de desidratação mecanizada de lodo.

Lodo

Remoção do lodo mineralizado acumulado na superfície dos leitos apenas a cada 10 anos. Possibilidade de destinação para uso agrícola em lotes únicos, simplificando a logística e eliminando destinação para aterro sanitário.

Pode representar até 60% dos custos operacionais de uma ETE; custos de destinação em aterro podem ultrapassar R$ 300/ton, sem contar transporte e logística complexa.

Manutenção

Poda anual da vegetação, se necessário (o recomendável é escolher vegetação que não precise de poda - ver Nota 02).

Recapex baixo, já que a construção é simples (escavação no solo) e os sistemas utilizam poucos equipamentos eletromecânicos.

Intervenções frequentes, complexas e especializadas. Recapex elevado devido ao desgaste e substituição de equipamentos eletromecânicos.

* Exemplos: Lodos ativados ou Reatores UASB com pós tratamento + leitos de secagem ou centrífugas.


NOTA 01: Arranjos tecnológicos mais simplificados, como os sistemas fossa-filtro, podem ser aplicados em situações específicas — por exemplo, em soluções individuais em áreas rurais. Contudo, na maioria dos casos, não oferecem segurança suficiente para atender municípios e distritos, uma vez que apresentam baixa confiabilidade operacional e menor eficiência de tratamento.


NOTA 02: Sobre a questão da poda e do papel da vegetação recomendamos a leitura do artigo "Vegetação: a pior inimiga dos wetlands".

 

Viabilidade no contexto brasileiro


A análise e seleção do processo de tratamento de esgotos deve considerar critérios técnicos, econômicos e ambientais, cuja relevância varia de acordo com a realidade de cada região. Um estudo de referência (Von Sperling, 2014), ilustrado na Figura 1, mostra que, em países em desenvolvimento como o Brasil, os fatores críticos de decisão são:


●        Custos de implantação e operação;

●        Sustentabilidade das unidades e da estação;

●        Simplicidade operacional.


Um ponto adicional é a disposição do lodo. Embora classificada como crítica apenas em países desenvolvidos, ela impacta diretamente a complexidade e os custos operacionais, podendo, portanto, ser considerada igualmente relevante no nosso cenário.

 

Figura 1: Aspectos importantes na seleção de sistemas de tratamento de esgotos. Fonte: Adaptado de Von Sperling (2014).
Figura 1: Aspectos importantes na seleção de sistemas de tratamento de esgotos. Fonte: Adaptado de Von Sperling (2014).

 

É por isso que as ETE Wetlands se mostram altamente aderentes ao contexto brasileiro. Trata-se de uma tecnologia que reúne aspectos fundamentais, como:


●        Custos de implantação competitivos;

●        Menores custos operacionais;

●        Rotinas simplificadas;

●        Confiabilidade de desempenho;

●        Materialização de conceitos como economia circular e descarbonização.

 

A principal contrapartida é a necessidade de maior área em comparação com tecnologias mecanizadas e compactas. Entretanto, avanços tecnológicos e experiências acumuladas no Brasil já permitem reduzir significativamente essa exigência de área, especialmente em regiões tropicais. Veja ferramenta de pré-dimensionamento aqui (https://voimatoolbox.com/pt-br/calculations/wetlands-pre-dimensionamento)


Quando observamos o tripé da sustentabilidade — ambiental, técnica e econômica — os wetlands se mostram como uma solução que realmente se sustenta no tempo: uma ETE que não apenas funciona, mas permanece viável e eficiente de forma contínua e confiável.

 

Gestores e gestoras do saneamento — prefeituras, SAAEs, concessionárias públicas e privadas: vamos conversar? Queremos somar esforços para viabilizar o saneamento em pequenos municípios e distritos, que como sabemos, é um dos grandes desafios da universalização no Brasil!

Entre em contato com nosso time...

 

Referências:

VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Editora UFMG, 2014.

 
 
 

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