Integração paisagística e qualidade ambiental
Consolidados internacionalmente para o tratamento de efluentes sanitários e industriais, a tecnologia wetlands construídos reúne vantagens em sintonia fina com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e conceitos de Economia Circular. Estes sistemas podem receber esgotos brutos ou efluentes de outras tecnologias convencionais entregando águas com padrão para reúso de forma simples, segura e econômica, além de integrados paisagisticamente com o entorno.
Arranjo típico de uma ETE Wetlands
para efluentes sanitários para geração de efluente com padrão de reúso
Tratamento preliminar a montante
1º estágio wetlands vertical
2º estágio wetlands vertical ou horizontal
Lançamento em corpo receptor ou destinação para reúso
Elevadas eficiências e segurança operacional
Um dos maiores desafios das ETE é garantir a estabilidade do tratamento e as eficiências de tratamento. A ETE Wetlands, além da resistência aos choques de carga e de vazão, pode ser dimensionada para atender a diversos objetivos de tratamento, desde o atendimento aos padrões de lançamento em corpo receptor até aos padrões mais restritivos para reúso. Em sistemas híbridos (wetlands vertical + horizontal) as eficiências médias de remoção de matéria orgânica, para esgoto sanitário bruto, são superiores a 93%.
Gráfico de eficiências em sistema wetlands híbrido (vertical seguido de horizontal) para tratamento de efluentes sanitários municipais.
Recupere recursos e nunca mais envie lodo para o aterro sanitário
Outra grande vantagem das ETE Wetlands é a conversão de lodos de esgoto em composto orgânico por processos passivos! Nossos sistemas permitem a eliminação de todas as estruturas de desaguamento mecanizado e garantem independência de aterros sanitários. Isso porque o lodo fica retido na superfície do leito, com taxa de acumulação de 1 a 2 cm ao ano, e é mineralizado e digerido ao longo da operação do sistema. O intervalo de remoção do lodo mineralizado pode ocorrer a cada 5 ou 10 anos, eliminando as rotinas intensivas e dispendiosas de manejo de lodo (a maioria das ETE demanda descartes de lodo contínuo, semanal ou quinzenal). Após removido, o material, já estabilizado e higienizado, pode ser destinado para fins agrícolas e/ou recuperação de áreas degradas sem necessidade de nenhum tipo de beneficiamento.
Veja como viabilizar
a implantação da ETE Wetlands
O passo mais importante para avaliar a viabilidade de implantação das ETE Wetlands está relacionado com a análise das vazões de esgoto e das áreas disponíveis. A título de estimativa, a ETE demanda de 0,8 a 2 m² de área de leito para cada 1 equivalente populacional*. Essas áreas estão condicionadas às vazões, aos requisitos de eficiência e à caracterização do efluente a ser tratado. Além da área de leito, é preciso prever ainda um acréscimo de 40% de área para taludes, acessos de veículos e áreas de manobra de veículos.
0,8 a 2m²
por equivalente populacional
é a área para uma ETE Wetlands
*considerando 160 L de efluente por habitante por dia



Operação simples, robusta e segura
sem máquinas, sem químicos e sem aterro sanitário
Tratamento preliminar
Como em qualquer sistema de tratamento, a remoção dos resíduos sólidos grosseiros deve ser realizada. Como as ETE Wetlands permitem a conversão de lodos em fertilizante orgânico, o interesse nesse caso é obter um biossólido final de alta qualidade, com baixos níveis de metais, plásticos e vidros. Nesse sentido, um tratamento preliminar com grades finas ou até mesmo peneiramento é recomendado.
Dispositivo de alimentação
As ETE Wetlands podem ser alimentadas com esgotos brutos ou primários. Em ambos os casos, quando trabalhamos com wetlands de escoamento vertical, é necessário o uso de bombas elevatórias ou sifões automáticos. Em função de premissas de projeto, podem ocorrer de 12 a 48 bateladas por dia.
Rodízios de alimentação
Em geral, são implantados 3 leitos em paralelo, sendo cada um deles alimentado durante 2 ou 3 dias. Ao final de um ciclo de alimentação, realiza-se um rodízio entre os leitos por uma simples manobra de registros.
Desidratação e mineralização
do lodo de esgoto
Ao longo do ciclo de mineralização, variando de 3 a 10 anos, os lodos são estabilizados. Durante o período de repouso, os sólidos suspensos retidos na superfície do leito formam uma camada chamada “depósito de lodo”. Esta camada cresce numa taxa média de 1cm ao ano. Ao final de 10 anos de alimentação, COM NENHUMA DESPESA DE DESTINAÇÃO DE LODO, esse material terá sido convertido em composto orgânico em conformidade com a legislação CONAMA 375 e portarias do Ministério da Agricultura e Pecuária (fertilizante orgânico classe D).
Destinação do efluente final
À exceção das bombas elevatórias eventualmente necessárias, as ETE Wetlands NÃO EMPREGAM NENHUM EQUIPAMENTO MECANIZADO. O atendimento à legislação é garantido por mecanismos puramente biológicos, que ocorrem no meio filtrante. O processo de tratamento é similar ao dos Filtros Biológicos Percoladores de Baixa Carga, ocorrendo remoção de matéria orgânica, nitrificação e até mesmo desnitrificação dentro do sistema.
Manejo da vegetação
A vegetação é o elemento mais notável nesses sistemas, conferindo harmonia paisagística e contribuindo para a biodiversidade microbiana no meio suporte. Quando o sistema tem premissas ornamentais, é necessário cuidar das plantas como em um jardim, realizando cortes mensais ou trimestrais. Quando o sistema é mais rústico, uma capineira pode ser cultivada com cortes semestrais ou anuais, o que REDUZ FORTEMENTE OS CUSTOS de MANUTENÇÃO. Em ambos os casos, uma equipe de jardinagem é capaz de realizar os serviços. O material vegetal removido dos leitos pode ser compostado, pois é ISENTO DE MATERIAIS TÓXICOS, quando se trata de efluentes sanitários.
Remoção do lodo compostado
A cada 10 anos é realizada uma parada de manutenção em cada um dos leitos para a remoção do composto orgânico formado na camada de depósito de lodo. Nessa altura, o lodo terá alcançado um teor de sólidos superior a 10% e estará estabilizado (relação SV/ST). Esse procedimento NÃO EXIGE A REMOÇÃO DO MEIO SUPORTE, mas apenas da camada de 10 cm de composto orgânico. Dentro da lógica de uma ETE Sustentável, o ideal é que este material seja destinado como fertilizante agrícola. Após a remoção da camada de lodo, a vegetação é restabelecida e o leito retorna à operação por mais 10 anos.